segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CIA. TEATRO DO RINOCERONTE SEDUZ O PÚBLICO COM COMÉDIA DE CABARET NO TEATRO METRÓPOLE

Atores fazem comédia despretensiosa e interativa com presença de banda em cena animando a plateia

Seduzir o público através do riso fácil, despretensioso e contagiante, encenando um texto leve, simples e ingênuo. A Cia. Teatro do Rinoceronte consegue fazê-lo com grande facilidade em seu espetáculo “Cabaret del Rinoceronte”, que se apresentou na noite de quinta-feira, dia 20 de setembro no Teatro Metrópole, dentro do 1º. Festival de Teatro de Taubaté.

As tiradas satíricas, com nuances burlescas e nonsense, entremeadas pelos números musicais cômicos, foram inspiradas nas comédias ágeis dos vaudevilles franceses. O mestre de cerimônia da trupe é quem recepciona os espectadores na porta do teatro, interagindo desde então com a plateia que participa quase que o tempo todo. As coristas com seus figurinos sensuais agem de forma tão ingênua quanto cômica. No palco, encontram os músicos que participam de todo o espetáculo, tendo alguns números musicais só deles.

As sketches cômicas são tão diferentes entre si, mas as ligações feitas entre elas por meio dos números musicais, fazem com que eles se comuniquem o tempo todo, costurando de forma homogênea o espetáculo, sem perder qualidade. Como os dois espermatozoides apaixonados que querem chegar juntos ao óvulo, mas no fim descobrem o ligamento das trompas e resolvem morrer juntos como Romeu e Julieta, ou ainda o cão Ralf Rafl e seu dono de estimação Pittboy, onde é difícil distinguir quem é o cão e quem é o dono.

Entre as trocas de cena entram os anúncios dos patrocinadores, que lembram os comerciais de rádio, com as coristas cantando e um maestro maluco regendo. Entre os produtos anunciados estão coisas absurdas como a pomada ‘Tiro e Queda, que tudo cura sem sequela’, e o ‘Pó de Jiló, o que não mata engorda’.

O público não só interage como também participa de algumas cenas, como a do número do mágico, que escolhe seu ajudante da plateia e ensina como deve se comportar; assim como na cena da Igreja Evangélica da Graça S/A Ltda., que acaba de comprar o teatro e quer converter os espectadores. O pastor sente na plateia quem está mais ‘pecador’ naquele dia e o leva ao palco para transferir os seus pecados para um copo d’água, que ao ser segurado pela pessoa, vai escurecendo e borbulhando.

Vale ainda ressaltar os números curtos da contrarregra dançarina de flamenco, que faz uma coreografia inteira para tirar um adereço de cena, e a do maestro maluco que suas joga dezenas de baquetas na plateia.

A banda ao vivo dá a vida ao espetáculo e condiciona os atores a cantar e dançar o tempo todo, fazendo realmente lembrar um cabaret, assim como pela linguagem debochada e satírica. Ao final, a trupe cumpre seu objetivo de realizar uma comédia despretensiosa e fazer com que o público saia mais leve do teatro.

                                                                         Texto e Fotos: Aldy Coelho

Confira a cobertura completa do 1º. Festival de Teatro de Taubaté pelo Jornal Diário de Taubaté

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